On quarta-feira, 18 de agosto de 2010

 Este post não é sobre ateísmo, e sim sobre psicologia comportamental. Recomendo que leiam a notícia original primeira para terem uma visão mais imparcial do assunto.


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Algumas pessoas têm sérios problemas em entender certas coisas. Uma senhora dona pesquisadora doutora em… irc… Educação (resumindo, uma maldita pedagoga!), sem muito o que fazer, resolveu examinar adolescentes sobre quais são as suas reações frente aos super-heróis. Sua avaliação é negativa, posto que os super-heróis de hoje são exemplos nefastos para a formação de nossos jovens, pobres criancinhas desamparadas num mundo pérfido. Quem poderá impedir isso?


Sharon Lamb (não façam trocadilhos) é professora no departamento de psicologia na Universidade de Massachusetts. Segundo a distinta, os atuais exemplos de super-heróis são exemplos negativos, pois incitam nossos filhos a serem maníacos psicóticos. De acordo com ela, há uma grande diferença entre os super-heróis de hoje e os heróis de antigas HQ’s (ORLY?), e que nos personagens do passado, nós, meninos malvados, podíamos perceber “pessoas normais com problemas normais e muitas fraquezas”. Como exemplo, a criatura de cabelos esquisitos cita o Super-Cueca Super-Homem e o Lanterna Verde, o maior e inigualável de todos os heróis do universo DC, ainda mais em se tratando do grande Hal Jordan, único e verdadeiro protetor do setor 2814. Não que eu eu esteja falando isso por ser fã dele, obviamente.
Para Lamb(ida) tais personagens possuem carreiras e identidades secretas., além de lutar contra o fascismo e para lutar por justiça social. Bem, senhora Lamb(ida), algo me diz que de quadrinhos e briga de galo, a senhor anão entende porra nenhuma.
Para início de conversa, o seu bem citado Super-Homem apareceu com o slogan de defender a verdade, justiça e moral da América. Em nenhum dos primeiros quadrinhos ele levantou o rabo vermelho e catou bandidos em outros países. Muito melhor fizeram com o Capitão Fraldinha (morram, admiradores da Marvel!), digo, Capitão América, que foi lá chutar a bunda do nazi-fascismo. Depois que o Caveira Vermelha virou símbolo de comunistas. O próprio Hal Jordan (com ele a Glória e a Paz) fez merda quando saiu dirigindo chapadaço, meteu o focinho junto com o amigo num muro e o amigo ficou paraplégico. Nisso, ele passa um mês na cadeia de segurança máxima e só não virou mocinha porque o Sinestro aparecera para treiná-lo.
Agora, vejamos o caso do melhor chutador de bundas da DC: Batman. Não, sério, Batman é “O” cara. Até mesmo o Super-Homem tem medo dele. EU tenho medo dele. Só perde pro Hal Jordan, mas eu concedo uma benesse:
green-batman.jpg
Pelo menos, aqui no Rio é.
De acordo com a cordeirinha (não explico o trocadilho), os super-heróis saem muito na porrada, com altíssimo grau de violência, ao invés de ficarem fazendo discursinhos politicamente corretos. Resumindo, ela quer que os heróis sejam o Al Gore.
PRESTA ATENÇÃO, COROA!
O mundo não é bonzinho. Heróis são reflexo de nossa sociedade e, como é dito no Dark Knight: Ele não é o herói que as pessoas merecem e sim o que elas precisam. Mas filosofias desse calibre não são facilmente compreendidas por pessoas como Lamb, que ao meu ver deveria passar um pouquinhos nos vários Asylum Arkham que existem por aí. E existem muitos. O Batman não está se importando com o bem-estar da coletividade e sim um simples desejo de vingança implacável. Se alguém leu A Piada Mortal, entende o que quero dizer, o que motiva o Batman. Super-Homem… Quem é o Super-Homem? Ele consegue ser detestado por vários heróis, apanhou duas vezes do Batman, apostou corrida com o Wally West (e perdeu), o novo Flash, ficou fraquinho quando o Devorador de Sóis obscureceu o Sol, de modo que o Super estava com bateria arriada e doido por uma chupeta (ops), e tiveram que ir correndo chamar Hal Jordan (então possuído pelo Parallax) para resolver a parada.
Mulher Maravilha. Who? Desculpem as feministas, mas que personagem sem-graça. Só não é pior que o Capitão Marvel (aquele lencinho dourado amarrado na cintura é ridículo!). O Homem-Aranha: o moleque cismou de ganhar dinheiro usando seus poderes e por causa de sua presunção o tio tomou um teco, deixando a tia num miserê. Isso aliado ao fato que ele vive na corda bamba e ainda cismou de usar uma roupa preta mais estilosa. Só não falo mais porque eu estou me restringindo aos quadrinhos, pois eu me recuso a mencionar aquele cabelinho emo.
Justiceiro: Tão badass quanto o Batman. Com a diferença que o Justiceiro não tem esse papo de Lei&Ordem. Para ele, como para o delegado Sivuca, bandido bom é bandido morto. BANG! Menos um. O Justiceiro é tão badass, que ele enfrentou o Wolverine quando este estava transformado em Vampiro (coisas da Marvel). Matou o Wolverine e pronto. Outro dia, outro tanto de pessoal da máfia para passar o cerol.
Aliás, falando em Wolverine, até hoje acho que só Elektra se compara com ele me número de mortes por quadrinho. O cara chega na mansão, dá com uma porrada de mafiosos hiperarmados e só resmunga: “Cinquenta contra mim? Isso é covardia. Melhor chamarem mais cinquenta”. No quadro seguinte, todo mundo morto e retalhado, o canadense modafóca só diz: Humpf, não deu nem pra saída. Maus lençóis mesmo foi quando ele enfrentou o Hulk, que nem entra no quesito de herói, e o verdão arrancou-lhe as pernas. Sim, é violento. Sim, Wolverine é sarcástico. Tão ou mais sarcástico que o Deadpool (por sinal, que aparição vagadunda do Wade Wilson no filme do Wolverine). Parece aquela velha baboseira que as crianças irão repetir tudo o que vêem pela frente. Pombas, eu sou do tempo que o Pica-Pau era um desenho violentíssimo e o Roberto Jefferson fez campanha contra o desenho. Eu não me tornei um maníaco psicótico por causa daquele desenho.
TODOS os heróis têm defeitos no mundo dos quadrinhos, assim como vilões têm seus melhores momentos filosóficos, como no diálogo final em que Darkseid enfrenta Galactus.
A perclara Lamb cita ainda o caso de Tony Stark, como um parasita sexual, que pega tudo o que passa pela frente. Pelo visto, ela nunca viu nenhum filme de Bond, James Bond.
A visão tolinha e romântica que o herói tem que ser bonzinho, lindinho e fofinho já era ridículo desde os tempos do mitológico Robin Hood, uma espécie de MST do século XII, onde se você tivesse dinheiro (independente se foi por passar a vida toda trabalhando) era assaltado e deixado a pé ao Deus-dará. Se formos ver outros mitos encontraremos coisas interessantes:
Aquiles: Era bissexual, assassino psicótico e junto com seus mirmidões matou tudo o que tinha pela frente quando invadiu Troia. Mulheres e crianças, inclusive.
Odisseu (ou Ulisses): A curiosidade matou o gato. Ele ficou rolando pra lá e pra cá no Mar Mediterrâneo, passou dez anos fora de casa, traçou ninfas e teve encontros extra-conjugais, enquanto a mulher, Penélope, se mantinha casta. No final, só ele voltou pra casa e seus marinheiros morreram das formas mais grotescas e ignominiosas possíveis.
Hércules: Pirou na batatinha e matou a própria mulher e os filhos. Feitiçaria de Hera? Tá bom…
Posseidon: Traçou a Medusa, uma bela mulher, sacerdotisa de Atena. Atena queria que suas servas fossem virgens e quando soube que a Medusa perdeu o selinho (e, pior!, no templo dela), condenou a coitada a um corpo disforme e capaz de transformar em pedra qualquer um que olhasse pra ela. Com Posseidon não aconteceu nada.
Para terminar, um recadinho para a dotôra: os moleques de hoje não lêem mais quadrinhos. Muito mal vêem os filmes e é só pela porradaria mesmo. O problema não está nos heróis e sim nos pais. Ao invés de deixar um filho meu ver filme do Wolverine, eu o encheria de quadrinhos, para ele conhecer todos os dramas do personagem, assim como todos os outros. Mas, penso eu, não é coisa que tenha passado pela cabeça da doutora cordeirinha. Bem capaz de ela achar que o Constantine induza ao uso da magia negra.
Acho que a ideia dessa criatura é ter o Edward, o Vampirinho Emo ou o Justin Bieber como heróis. Só pode. Melhor colocar logo o Capitão Gay:


E você? Qual é o seu Herói favorito?

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Fonte: http://ceticismo.net/2010/08/18/pesquisadora-idiota-acha-que-super-herois-fazem-criancas-surtarem

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