"Sou um dos cavaleiros de ouro, Seiya!

Não pode nada contra mim!"

Essa frase é parte integrante da minha infância e como gosto sempre de fazer essas citações em meus textos. Acompanhando-o verá o que tem a ver essa frase de Cavaleiros do Zodíaco, e o que representa no texto.






Estava saindo do trabalho e acompanhado de meus amigos, e como algumas vezes chegamos a falar de religião. Como minha atitude em relação a esse tipo de debate mudou de uns tempos para cá. Anteriormente evitava debater, hoje eu debato sim, e tento mostrar as incongruências e males da religião.

Muito exaltados no calor da conversa, quando eu falava que deus era isso e aquilo, uma das pessoas soltou uma frase que me iluminou. Fez-me perceber uma diferença gritante entre mim e eles, e veio em minha cabeça toda a minha vida e as vezes que tinha presenciado aquele tipo de frase que ela havia dito:

- Ele fala de deus como se fosse uma pessoa, acha que o erro para deus é assim!

Eu sei que já ouvi essa frase muitas vezes, enquanto ateu. Mas o tom dela me repreendendo realmente trouxe à tona minhas lembranças de infância. Lembrei oquanto sempre achei isto nojento.

"Você sabe com que está falando?"

Percebi que tinha nojo quando as pessoas atribuíam um conjunto de moral embutida em uma patente.
Quantas vezes escutei dizerem que fulano e beltrana eram pai e mãe, que sicrano era professor, que outro fulano de tal era presidente, rei, qualquer merda de título e que não poderia errar. Lembrei das vezes em que escutei mães chorosas vendo seus filhos presos, mortos, castigados e que por serem seus filhos não seriam capazes de tal erro.

Temos algo que é positivo nessa coisa toda e algo negativo, sendo o negativo superando o positivo.

"Eu sou o ator da novela?!

Aquela novela que a menina morreu!

Não me assalta por favor!"

Existe a forma de adquirir a patente por mérito ou hereditariedade. Em ambos os casos, o fato de portar aquela patente lhe dá o direito de afirmar ter qualidades necessárias para exercer o cargo.
Os subordinados são orientados a respeitar e nunca questionar essa autoridade. E acontece em todos os
meios sociais. Pois em todos eles existe uma hierarquia a ser seguida. O ruim é quando ocorre o abuso
do poder e quando a pessoa que está exercendo o cargo não está qualificada, acontecendo com bastante
frequência O portador reluta em perder o cargo. Na religião não é diferente, sendo o grande chefão e incontestável do alto de seu trono, deus.
O grande problema é quando esse tipo de atribuição não condiz com o real caráter da pessoa, um exemplo
muito claro e bom, e que teria a ver com o tema do nosso blog, é o dos padres pedófilos pelo mundo inteiro.

Imagina-se que um padre não possa ter descontrolado seu desejo sexual, ainda mais com relação a desejos dessa natureza.
Sempre soube respeitar essas tais autoridades, mas tinha meu lado rebelde.
E sempre via que nenhuma patente no mundo é imaculada. Nenhum cargo é livre de estar errado.
Conversando com meus amigos, sobre religião percebi que eles são vítimas desse tipo de lavagem cerebral.

Acham que a qualidade de deus tira toda e qualquer forma desta figura estar errada. Que os erros dele, aos nossos olhos são erros, mas aos olhos do mesmo tem um ser e um porque, muitas vezes misterioso. Como se fosse um pai que nos dá aquela bronca para não brincarmos na rua do alto de sua experiência paterna e preocupação e não entendemos, e só quando atingimos um grau de maturidade acabamos entendendo o motivo real do veto e que passa a não ser veto e sim preocupação. Cadê esse deus-pai que não olha seus filhos, criancinhas na África, para não curar amputados, para permitir indiscriminadamente toda e qualquer maldade ocorrida no mundo? A patente de deus para os meus amigos impede o mesmo de errar, e se achamos que não houve justiça, os injustos somos nós pois "misteriosamente" quer o nosso bem. É mais uma forma de desentortar a imagem de deus. É uma autoenganarão.



Mais uma forma de limitar nosso pensamento somente interessando ao beneficiado com aquele posto ou patente.